quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu tinha fome
e vocês fundaram um clube humanitário

para discutir a minha fome.
Agradeço-lhes.
Eu estava na prisão
e vocês foram à igreja
rezar pela minha libertação.
Agradeço-lhes.
Eu estava nu
e vocês examinaram seriamente
as consequencias de minha nudez.
Agradeço-lhes
Eu estava doente
e vocês se ajoelharam
e agradeceram a Deus o dom da saúde.
Agradeço-lhes
Eu não tinha casa
e vocês pregaram sobre o amor de Deus.
vocês pareciam tão piedosos,
tão perto de Deus!
Mas eu continuo com fome
continuo só, nu, doente,
prisioneiro
e tenho frio,
sem casa.

Poema Malawi - África

domingo, 11 de outubro de 2009

O Cuidado de DEUS!


Eu estava lendo este texto na internet, e vi como o Senhor cuida de nós, nos mínimos deltalhes. Vi como podemos confiar em nosso Jesus! Amém!

A Bolsa de Água Quente Helen Roseveare

Helen Roseveare é da Irlanda do Norte, e relata esta história em seu livro, Living Faith (Fé Viva), relembrando acontecimentos da década de 50 no
antigo Congo Belga.

Certa noite, na República Centro-Africana, eu trabalhara duro para ajudar uma mãe na sala de parto, mas apesar de tudo ela morreu, deixando-nos um bebezinho prematuro e uma menininha de dois anos aos prantos.
Ia ser difícil manter o bebê vivo, pois não havia incubadora nem eletricidade para ligar uma nem uma maneira de dar ao bebê uma alimentação especial. Apesar de vivermos no equador, as noites freqüentemente eram frias e as correntes de ar traiçoeiras.
Uma estudante de enfermagem foi pegar na caixa onde tínhamos material para bebês nessa condição um pouco de algodão para o embrulharmos. Uma outra foi e colocou mais lenha no fogo e encheu a bolsa de água quente, voltando logo depois desesperada para me contar que a bolsa estourara quando a estava enchendo. Em clima tropical os objetos de borracha estragam com muita facilidade e, ela exclamou: "Era a nossa última bolsa de água quente!".
Como acontece no Ocidente, ali também águas passadas não movem moinho, então não adiantava lamentar a bolsa d'água arrebentada. E adquiri-las não é nada fácil, já que não existem farmácias no meio da floresta. Então pedi que colocassem o bebê o mais perto do fogo possível, com segurança, e que a moça dormisse entre ele e a porta para protegê-lo de correntes de ar e para mantê-lo quentinho.
No dia seguinte, na hora do almoço, fui orar com os muitos órfãos que gostavam de se reunir comigo. Dei aos menores várias sugestões de coisas pelas quais orarem e lhes contei sobre o bebezinho recém-nascido. Expliquei-lhes o problema que estávamos tendo para mantê-lo bem aquecido, disse que ele podia morrer facilmente se pegasse um resfriado, e mencionei também a bolsa de água quente e a irmãzinha de dois anos que não parava de chorar porque perdera a mãe.
Durante a oração, Ruth, de dez anos, orou de uma maneira clara e objetiva como costumam orar as nossas crianças africanas. "Deus, por favor, nos mande uma bolsa d'água. Amanhã não adianta, então, por favor, mande hoje." Eu ainda estava me recuperando do espanto ao ver tanta audácia numa oração, quando ela acrescentou só pra arrematar o pedido: "E já que Você vai mandar a bolsa d'água, não daria para aproveitar e mandar também uma boneca pra menininha pra ela ver que Você realmente a ama?"
Como acontece muitas vezes quando as crianças oram, eu me vi entre a espada e a parede. Será que ia conseguir dizer, com fé, amém a um pedido desse? Eu simplesmente não acreditava que Deus fosse capaz de fazer isso. Claro, sei que Ele pode fazer qualquer coisa, porque é o que diz na Bíblia, mas existem limites, não existem? A única maneira de Ele atender a esse pedido seria através de uma encomenda vinda do meu país. Na ocasião eu já estava na África há quase quatro anos, e nunca recebera uma encomenda.
Seja como for, mesmo se alguém enviasse algo, quem haveria de enviar uma bolsa de água quente, já que eu morava no equador?!
No meio da tarde, enquanto eu dava aula na escola de enfermagem, recebi recado de que havia um carro à porta da minha casa. Quando cheguei lá o carro já tinha ido embora, mas vi na varanda uma caixa grandona, de 10 Kg! Meus olhos começaram a se encher de lágrimas.
Não ia conseguir abrir a caixa sozinha, então mandei chamar as crianças do orfanato. Juntas nós tiramos o barbante e desfizemos cada nó com o maior cuidado. Dobramos o papel com esmero para não rasgá-lo, e a emoção só aumentava! Uns trinta ou quarenta olhares estavam fixos na caixa de papelão.
Logo de cima fui tirando calções coloridos de nylon. Os olhinhos brilhavam enquanto eu os distribuía. Depois vieram as faixas para os leprosos, e as crianças começaram a fazer uma cara de cansaço. Depois uma caixa de uvas passas com sementes e sem sementes - suficiente para uma boa fornada de pães doces no fim de semana!...
Enfiei a mão na caixa novamente, tateando… será mesmo? Agarrei e tirei. Certamente! "É uma bolsa d'água de borracha novinha em folha!" gritei.
Não tinha pedido a Deus que a enviasse nem acreditado que Ele poderia mesmo fazê-lo. Ruth estava bem na frente, e se aproximou exclamando: "Se Deus mandou a bolsa d'água deve ter mandado a boneca também!"
Remexendo no fundo da caixa ela tirou uma boneca pequenininha com uma roupa linda! Seus olhos brilhavam. Ela não duvidara nem por um momento! Olhando para mim perguntou: "Mamãe, posso ir com a senhora dar a boneca pra menininha pra ela saber que Jesus a ama de verdade?"
Aquela caixa passou cinco meses a caminho e foi enviada pela minha antiga classe de escola dominical, cuja professora ouviu e obedeceu quando Deus lhe disse para enviar uma bolsa de água quente - mesmo para um país tão quente como aquele. Cinco meses antes uma das menininhas colocara uma boneca para uma criança africana, atendendo à oração de fé feita por uma outra menina de dez anos que pedira a Deus para mandá-la "hoje mesmo"!
"E será que antes que clamem Eu responderei; e estando eles ainda falando, Eu os ouvirei" (Isaías 65:24).